Wednesday, May 10, 2017

Não está fácil

nadar sem pé durante horas
sem dormir e nas costas
tantas léguas de cansaço
apetece dar um estalo à ilusão
não sou quem procuras mas
pensei (tarde demais) ser
quem encontraste e dizer
"a tal hora" estou aqui
com meus limites todos
para ti, repito que se gosto
de ti te quero feliz é elementar
sou responsável pelo meu descanso
devo a quem cuidar
sei respirar na perda já
cantar o coração a morder
o vazio, deixo a porta
por enquanto no trinco
não sei fechar o que tive tanto
de empurrar para abrir
embora não precises
sabe que fico perra
que a ferrugem dói
forcei demais não creio
ter fingido, faz uma flor
o ar nas frinchas
vou bordar de novo
meus A! de aflita
não sei dar
outro uso a isto
senão bonitos gritos.

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