Tuesday, March 26, 2019

antes que me esqueça

poesia, parece-me, é minar as imagens da linguagem com outras imagens que se tocam e ainda não se deram totalmente a ver

uma entrega à arritmia de sentidos, em curto-circuito com a ligação direta à lógica totalitária do sentido (ou será à lógica alheia do sentido?)

poesia, acho, é habituar os ouvidos a dançarem com as palavras que nos escapam

+ sinestésico: que dancem os olhos às palavras que aspiramos provar

(dissentem os ritmos, agarra-te ao grego, poiein — circundar definições do que se faz pode ser o princípio de deixar de fazer)

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