Wednesday, December 14, 2022

AGOSTO

 Quando as maduras amoras

balouçam nos bosques, nas silvas

de ninguém, passo 


todo o dia nas ramadas 

altas, a esticar

os braços arranhados, a pensar


em nada, a encher

de mel negro do verão

a minha boca, todo o dia o corpo


aceita o que é. Nos escuros

ribeiros que ali vão há

a pata peluda da minha vida célere 


entre os sinos negros, as folhas; há 

esta língua alegre.


Mary Oliver

No comments:

Blog Archive

Contributors