Sunday, August 24, 2014

a escrita; a bruxa

                     (lido Pedro Páramo)


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Como se a literatura procurasse
toda uma mulher, como se por isso
fosse panorama a peste, o estupro
o culto, a revolução. Ficasse

o ditador só à orla do sendeiro
e à míngua o país, tanta fútil
idade, a fantasia tão viril
que estonteia amiúde; se primeiro

enleva já depois sufoca; sem
realmente (é belo o que deseja?)
mal — fraqueza afinal de ser fiel

ao sonho e não justo à vida. Nem
admira, pois, que arisca a bruxa seja
ao logro da ficção, de alheio zelo
.

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