Saturday, June 17, 2017

Um Castelo de Sonetos (VII)

Igual – algum recalque, grandes taras,
segredos venenosos na família
vis membros tolhidinhos que desfilam
e tornam púdica a delícia e esparsa.

Lançam limos, lianas ao futuro
vários laços no centro de uma nora
com eixo na cabeça e mó em nossos
corpos um fogo denso muito escuro

por entre escamas — um belo invólucro
de radiosa prata que tilinta ­
e silva — que tanto a beleza ofusca

o quanto devotamos ao seu logro.
Daí a pele soltei, arisca e tosca

roí-te o ardil mental, fugi aflita.

Um Castelo de Sonetos (IX)

9. Não mais dest’arte o génio iludido
ó muso Lauro, Beatrizo, bárbaro
dantesco emparedado pelo Tártaro,
Lenoro do sepulcro redivivo!

há raios muito grandes fogos presos
em fumos vários crio teu perfil
e faço — para não te deixar ir —
em serpentina todos estes versos

com regras que de cor dobro, corrompo
e busco língua nova que destape
a tumba hetero-sapiens do discurso.

Sonsa te uso, pois: por contraponto —
mas queria um só risco que nos cante
dum golpe fundo iterativo e brusco.

Friday, June 09, 2017

Um Castelo de Sonetos (IV)

Que me façam à hora vária e rara
crateras sombras mares semiluas
caudalosas torrenciais eclusas
franqueadas do degelo anteparas

do dilúvio eu vedora vara
eu poço-lodo octópode lacustre
eu caravela-raia eu bicho-luz
do espírito eu cerne eu tâmara

eu crescente fértil eu enrolada
em folhas de parreira eu marraquexe
mirra ouro fel hiena do zagrebe

zebu mãe ubu peluda emplumada
poção com todos escura irisada
tremura de prazer sólida febre

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