Monday, November 26, 2012

Com a desgraça não se brinca


a funda dor
Com
funde a dor
.

Perseides



Na serra aliamos as tendas, aquecemos
música. A luz é da tribo, a Grande Pedra
escuta. Somo xamãs foragidos da pele da
Cidade, despidos do Futuro junto ao rio.
Vamos aprender a fabricar-nos alimentos,
esquecer digitalmente o Sucesso, renascer as
mãos na utopia. Neste mundo deus vai dançar. 
                                                Rui Costa



No tecto da noite há o templo
de escutar. Fazemos hinos
ao coração turvo ao
corpo poroso ao húmido vão
à luz nunca única nem tão
doce quanto se imagina e se des-
inclinam vozes assim desce
a palavra som. São ondas
e cordas senhor são tubos grandes
cromos estes adultos que tocam
um hino nacional contra a língua
única e os deuses até e o coro
do alto sem outro remédio
que nós os sem nenhuma arma
e só soluções diluídas de amar
.

Thursday, November 08, 2012

"Silence" de Carlos Bulosan


Eu tinha emudecido de tanto  despertar os dias todos para o comando de outros a falar.
Quando na relva além dos meus vidros foscos apareceu o teu corpo achei que era bom construir com ele a minha língua.
Atrás da minha janela depositei metros de cortinas a combinar com todas as tuas saias
e todas as tuas camisolas.
Será que tomaste sentido alguma vez de chegares de amarelo e eu, no interior, me aconchegar nas tuas roupas do dia anterior?
Será que sabias o que eras, meu sonho americano, em diferido e a cores?
.

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