Guiando até Madrid, aproximávamo-nos do hotel.
Sem sítio para estacionar, levámos o carro ao colo
(matéria de velhos sonhos... é também para outros
recorrente?). Para assegurar a cama deixámo-lo
numa berma em curva. Depois já não estava lá
(aqui é roubo frequente, garantiam os amigos
da poesia). Depois cerrava-se a noite e eu
procurava, tu desaparecias (ligava-te, mudaras
para o quarto em frente, tinhas-te desviado
de ti, dizias.) Aí desistia de termos veículo
para voltar. A consolar-me, uma amiga antiga
(de quando eu fazia vela) trazia um saco
de entrecosto, pála-pálas – quente furor
a farejar o literal: tínhamos chegado um ao
outro mas francamente não havia meio
de transporte ou alimento.
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