para a Ana Luísa Amaral
Pouco dona da casa embora a trate
não sei defender-me de homens nem
de mim salvar-me por escrito porém
busco placar ruído ao que se parte
mesmo que falhe nisto: consolar-te
o susto (a filha ainda tem no dedo
um vidro onde o sangue à luz não veda).
Não sei aspirar Deus como Descartes
nem na floresta negra ver o todo
ou ser além de certas folhas—sei
lá. O estilhaço brilhará no iodo
deixado ao ar. Desconvencer o ser
das coisas é mister do poema e
cabe-nos o restauro das pequenas.
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