delícia Odile
dá-me lídimo
safismo e onanismo
decerto Odile titila-me
ficando aquém a língua, eu sei
a líbido de cerzir com linhas
minhas traduções de Odile
assim, se ela diz, die Zuflucht der Hand
an der Möse, der Möse an der Hand
eu sei, já deslizei de modo
tão semelhante aquela mão
tateando iguais medidas
entre espaço e matéria, abrigo
e humidade, tenra e tesa
a tua pélvis
as minhas nádegas, a tua mão
sobre o meu monte, os teus joelhos
encostados
num poema de há eras
chamado O princípio do escuro
eu sei, ao mesmo tempo, que monte
é uma fraca verve, cobardia
poética para Möse, e desola-me
a falta de um nome de que goste
na minha língua para o meu sexo
a léguas da igualdade com o texto
ou de um calão veemente
eu sei, esse princípio do escuro
é um blackout glossológico
até ao perímetro da cintura
ao ponto de, aliciando-me deveras
levar palavrões na caixa aberta
do poema, não ter ainda achado
até ao presente, provocação
certa, sem o mínimo de pudor
para o que tenho entre pernas
mesmo quando me titila Odile
ao pôr na boca em Manifotzo
todas as formas de os gajos
nos acapacharem com o pior
na sua língua – Fotze! – eu falho
o português é tão macho que até uma cona
para causar estragos
tem de ser do caralho
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