Saturday, July 08, 2006

Female Bonding # 4?



HETTIE JONES & AMINA BARAKA

E este, jovens mulheres,
é o dilema

ele mesmo a solução:

sempre fui ao mesmo tempo
muito mulher para me comover ao pranto
e muito homem para
conduzir meu carro em qualquer direcção.

(final do poema Hard Drive, de Hettie Jones, n. 1934)

"Há quem pense que a força está na perseverança; às vezes está no deixar ir"
(Amina Baraka, n. 1937, poeta, cantora de jazz e jornalista no órgão de propaganda de esquerda "People's Weekly World")

As duas mulheres foram companheiras do poeta actualmente conhecido por Amiri Baraka, n. 1934, antes associado ao movimento beat com o nome de LeRoi Jones. A mudança de nome deu-se no período quente de meados de 1960 com a radicalização da luta pela afirmação identitária dos afro-americanos (nomeadamente, em sequência do assassinato de Malcolm X) Muitos negros recusaram então os antropónimos que julgavam herdadados dos esclavagistas do passado, optando por nomes de origem africana. Amiri, ao que parece, significa "príncipe", e Baraka "benção". A questão torna-se controversa e irónica quando comparada com as mudanças de nome por que optaram as mulheres daquele que recentemente reconquistou notoriedade com o poema activista "Somebody blew up America". Hettie Jones, nascida Cohen, branca e de ascendência judia, mudou o apelido para "Jones" quando se casou com LeRoi numa cerimónia budista em 1958. Divorciaram-se em 1965 e no ano seguinte o escritor casou com a cantora negra Sylvia Robinson que viria a mudar para "Amina Baraka", significando o nome próprio "leal e fiel". Pelo menos em autógrafos recentes, a actual mulher do ex-poeta laureado de Nova Jersey assina apenas "Amina".

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