MAYDAY lanço, porque a guerra dura
e está vazio o vaso em que parti
e cede ao fundo onde a vaga fura,
drena a fissura, uma falta – não
um tarro de cortiça que vogasse;
especifico: é terracota e fractura,
e eu sou esparsa, e a liquidez maciça.
Tarde, sei, será, se vier socorro:
se transluz pouco ao escuro este sinal,
e a água não prevê qualquer escritura
se jazo aqui: rasura apenas, branda
a costura, em ponto lento a onda
fará um manto sobre o afogamento.
4 comments:
Saludos "de la ciudad de la roca de Detroit". ¡Aclamaciones!
Está estraordinário este poema. Sem diplomacia ou adulação o digo. Fiquei sem fôlego. Não acreditasse eu no princípio da despersonalização do sujeito poético e ficaria muito preocupado em relação ao estado de espírito da autora.
A autora sabe nadar. Mas ando com a mania da perseguição: esse teu "gato preto" quer dizer exactamente o quê? Sabes que li um conto de estreia do Gomes Leal, graças aos teus contactos, q se chama "O Cão Preto"? E sabes q mais? Ele e o camarada da "Vestal" deviam andar conluiados. É o q eu te digo: estes gajos continuam a escrever e a conviver depois de mortos. E os sujeitos poéticos tb.
gostei muito
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