Acabado o papel escrevo
no envelope; contemplo prévias
cartas, a dupla casa à escala
dos nossos planos: ramificada, radiante
e ordeira de um lado, do outro
um escorço de caos, hemisfério
em falta, inclinação que se habita
voltando com rodeios à comum
divisão, depois novamente
difere, chispa, fende avenidas
de desespero inábil incoincidência
de relação, então vacila até
que hesita grácil, reserva física
e destro cruzar de espíritos. Assim
distribuo arcanos que baralhámos
(evito esqueletos no cartório)
fantasio contigo a grande tirada
antes das palavras um qualquer
mais amplo mistério malgrado
às vezes a ignorância elementar
e na garganta entaladas umas
quantas insuficiências a apoucar
É que em rigor não percebo
que parte em teu lugar pertence
aos meus sonhos; contorno
para voltar a semelhantes arredores:
os teus olhos forrados de humidade
um longe que translado para os meus
enquanto ditas e deitas fogo
às plantas da tua feitoria, o rastilho
do trivial, os medos férteis
da criança que eu invejo e tu
quando reparas calas-te no pátio
então vamos para dentro
tornando ao início não se liga
a desvãos mas a altos degraus
aluindo um mais fundo a cada troca
não aos deslizes das confidências
mas aos vimes vivos do silêncio
e intervalos de solidão nas bocas
por escrito, varas vedoras, mãos
a infletir pilares destreinados
músculos escombros do coração
2 comments:
Ah gosto tanto. Tomo a liberdade de divulgar no meu blogue. Se no entanto isso desagradar, avise que eu apago logo, sim?
Não tens de quê, Marina. Abraço.
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