Cem dias ao ano o banho
em curso de água frio corrente—
Coisa da revolução
e o mundo: o desejo
de encontrar outra pele
mais funda que a língua
lambente—
Deixar os cigarros sempre
mais bicudo que manifestar-se
por uma salvação verde.
Estender após lançada a linha
aos de bruços na amurada:
importância em queda
zunindo, cortante, uma lâmina
de prata, um pano preto, quanta jangada
a morrer na praia, quanta vaga
levantada por inércia. Que alague
os livros e queime e abale solo e onda
a prumo, o ataque, o pirata
misericordioso que acabe rápido
com este tormento: maré
vaza, estopa e fogo nesse conceito
mimoso do sujeito
suposto saber, dengoso
de amor e ocidente (aquele “morrer
na praia”); maré
cheia, briga, motim, ir de novo
logo vir à tona, quanto custa
esta história de singrar
no mar (além do floreio obsceno)
cortar-lhe a vela na raiz, repor, rodopiar
o tabuleiro do jogo da solitária, do assentamento
na sofrência injusta e inglória:
desnaturar o privilégio – largar
a má onda de ser infeliz.
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