Torno a ler-te num aterro e destapo
num soluço o alçapão de mim;
a saliva de mistura com areia
e memória contorcida, vesga
de confuso incêndio, tantos anos
de que falavas quando dizias
coisas impertinentes para o amor
ou perras aberturas, como na mãe
sob escrutínio, inepta, semi-filha?
a vulva descerrando o pai sempre
um penetra solar, um assassino
arquetípico – claro, como não
arder com tal incorrência em ira
de abuelos, penates, dos dueños
geradores, maria e jesus, seus
dois progenitores, a natividade
traficada, solene, porta-a-porta?
a santa arreganhando letras, lábios
nas cócoras de uma rapariga pu-
lando como uma fera ao ego torto
de eros consanguíneo, as confissões
todas e assim eu, em teus humores
manchei-me, conivente, eu medi-te
digitei-te e traduzi-te e lamento
do teu cofre ter tirado tão menos
do que preciso para ser da falta
salva, dizer uma palavra cheia
de ponta, enxofre, perdimento explícito.
No comments:
Post a Comment