desde que o mundo é mar, gente pequena
na maioria mães, arregaça
de suas saias renda. De lá alça
o peixe que se enrola na morena
pele das pernas. De lá arrasta a alga
que por malhas e escamas se abraça
às faixas que no corpo a faina traça
O desenho e o desejo de tal cena:
a espuma na areia, febril cerveja
do oceano inquieto, mas sem pressa
avançando, ainda que mal se veja
o fundo onde se adensa, cresce, aquece
e acumula inércia; e a rede franze
num triângulo agudo cor de sangue
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