Oprimidas pela virgindade e pela pedra esculpida
da Rainha Santa, percorríamos a emparedada adolescência
e, como rezava a lenda, no nosso colo
o pão da merenda em rosas se mudava;
com elas engrinaldávamos o júbilo imperfeito
que o pudor cerceava.
Como lira a estridência dos nossos corpos
de sombrias raparigas, na argila mergulhávamos
as mãos que dilatavam as primícias do Verão
e éramos inocentes conquanto experimentadas
no ofício da entrega e da sujeição.
Iludindo as harpias que nos espiavam,
a amiga e eu trocávamos de mãos dadas
junto às grades interditas palavras,
boca a boca nos enlevávamos
no atrito do canto das cigarras.
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