Mas se uma enrola o novelo
a outra destorce a meada.
A que enovela é severa,
a que desmancha treslouca.
Pouco se move a que enrola,
a outra vibra com a boca
mas não se ouve o que fala –
apenas estica e deslaça
o fio que oblíquo se esgarça.
Aquela que mira a que larga,
de hirto rosto tal osso
denso caroço emaranha –
e vai-se tornando mais só
e a outra sempre mais estranha.
Até que resta uma corda –
e a que de riso se embala
toda de mãos espirala
e lavra o ar como ave...
A que é sisuda não fala
volve-se ainda mais grave;
Solta-se a primeira, leve,
flutua como rameira –
as mamas de luz arqueia
e frustra a espera e a teia.
(A outra, do sério semblante,
olha uma inerte cadeira
agora sem ocupante.)
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