“Eu cá também não gosto, há mais
coisas
além deste desconchavo”, dizia
da poesia. De resto, conseguia
ver mitocôndrias e as demais
pequenas vidas — olho fixo abrindo
na miúda mancha da aguarela
comprimida entre vidros de lamela,
redonda a pupila em maravilha
prévia ao mistério: saber o que
era.
Mais importa observar ou designar?
Eu erro no olhar, receio, às vezes
esqueço a árvore onde deixei as
chaves
e o caderno, depois não sei chamar
o quê, espécie ou parentesco, ache
embora
sossego na língua arcana dos
plátanos
atrás das placas do jardim
botânico.
Portanto sirvo mal, sou outra,
fora
do baralho, turista aqui e em
tanto
do que me dá prazer e algum
trabalho.
Mas não está dito ainda – ou está
– se insisto
à minha pouca escala nisto eu
é porque não desligo e toco e
falho
no genuíno material à vista,
língua crua clara em bruto céu.
No comments:
Post a Comment