É densa a escuridão que me separa
das minhas traseiras e o ar opaco
no terceiro andar. Porém é facto
que sempre enfrento a simetria rara
entre o espelho mágico do WC
do vizinho e o quarto a cuja janela
escrevo. Vejo-o a ele amiúde em pêlo
sendo dia, só que à noite me vê
eu: no fronteiro vidro coço minha
cabeleira e cogito versos esquerdos
sem entender que oposta e má menina
em plano de Velasquez me persegue.
Não nego seduzir o que me impede
se quanto me limita me ilumina
.
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