Afinal éramos nós outra vez, como nunca fomos. Passáramos da correspondência aos atos de intimidade, clandestinos, provando a chama produzida entre contrários, da admiração e exaspero, recusando a ideia de amor exceto por alguns segundos pós-climáticos. Pelo meio, uma casa, com antigos namorados e críticos literários, que nem sabiam que minimamente nos relacionávamos. Como em Milfontes, um lugar onde se comia com escoras para o mar. O sexo não funcionava, eu queria ir tomar banho e vagamente voltar àquele com quem perdi a virgindade, amando desta vez o ponto de acreditar que seria para sempre. Aqueles olhos tinham uma bondade coruscante debaixo das lentes. Mas mantinha contigo o que era semi-sujo, semi-claro, encostávamo-nos um ao outro, saturados, ébrios, cépticos, frouxos.
No comments:
Post a Comment