Friday, April 21, 2006
O papel de parede amarelo
Descobri realmente qualquer coisa enfim.
De tanto o observar à noite, quando está constantemente a mudar, eu enfim descobri.
O padrão na superfície move-se de verdade – e não admira! A mulher por trás abana-o!
Às vezes acho que há uma quantidade fabulosa de mulheres por trás, e às vezes que só uma, e que gatinha velozmente em redor, e ao gatinhar abana aquilo tudo.
Depois, nas manchas muito brilhantes fica quieta, e nas manchas muito na penumbra agarra-se às grades e abana-as com muita força.
E está constantemente a querer trepar por ali. Mas ninguém seria capaz de trepar por aquele padrão, que estrangula de um modo tão brutal; acho que é por isso que tem tantas, imensas cabeças.
Charlotte Perkins Gilman in “The Yellow Wallpaper” (1892).
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