Thursday, January 19, 2012

Calmeirão cabeçudo, por tudo


Começou com um sinal ao lado dos teus óculos escuros, Não,
o princípio foi um rebordo à noite onde quiseste ensinar-me
a soletração de versos, Não, reinicio: o pequeno almoço
num café pequeno numa rua comprida com pernas para o mar
e dom rodrigos enxovalhos de lustro postos à mesa, Não
há-de ter sido só quando esticámos as mãos e elas escorregaram
e nos encostámos aos peitos os dois chocalhavam tu riste-te eu
fiz-me de parva, Se calhar foi aí porque escrevemos sobre isso
entendendo cada um à sua maneira como sempre se
fez, Eu adverti logo aliás não tinha nenhuma esperança
que viéssemos a coincidir alguma vez e tu achaste claro
muito bem feito porque assim queríamos constantemente
aprofundarmo-nos sempre aos apalpões a ver onde derretia
quando lá no fundo doía não encaixarmos perfeita
mente, Só que sim é um privilégio acontece menos
vezes do que os dedos encontrarmos alguém
a quem queiramos continuar a bater como
disseste que me fazias a vida toda quando apertaste por
baixo dos meus braços a resistência dos materiais, E há-de
ter sido gentileza não justificares apesar do orgulho
de cumprir proezas não contamos os princípios nem os fins

fico pois à espera que apareças atrás de um sms com uma tarte
de maçã encostada ao focinho, Que não te cansa o jogo de fazeres
todos os gestos importantes entre portas para depois te pores ao 
fresco como se nada fosse e largas daqui porque tens um handicap
muito menor e patas maiores e queres ver outros bichos cheios
de perguntas, Por mim punha era o vestido de Espanha para
rodopiarmos aos casais de sucesso entre os bem-pensantes com
licença vou escrever sobre os teus livros todos muitos palavrões
.

3 comments:

Rui said...

C'est la vie. Muito bonito.

margarete said...

muito bonito
muito Rui

Anonymous said...

Lindíssimo Margarida!
Patrícia

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