I
agora atravessamos a terra de ninguém dou-te
a minha mão penso com uma dor
que sobe desta claridade fria das axilas à cabeça
amo-te e temo o estrépito o anel do som
a combustão do mel na garganta
II
demorámos muito tempo para nos abraçarmos sob o céu
de cinza o céu sem noite onde uma escotilha traz pouca chuva
deitados no chão ao lado do meu monte a cabeça no declive
e os pés agarrados às costas debulhamos sucessivamente
o rigor dos prazos finais cronologicamente
pergunto seremos imortais
III
Um dia a mala abre-se a casa cai
estendidos por todo o deserto
tu e eu atiçaremos as estrelas
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