Monday, March 04, 2019

a biblioteca do anão da história


Não se calam. Mesmo já fichados
os sinais e os restos nas estantes
da memória. Quem chegou alto? Quem

montou? Quem forrou o aparador? Quem
colou notícias nos bibelôs? Quem
juntou às folhas do gozoso coração

agrafos de ascensões, fina flor da exegese
epístolas à ordem de Cister, subtil casquinar
solene, perverso, temente, devoto e tudo:

uma partida com o mal salda-se afinal
na troça do entrudo. E ao mesmo tempo
o menor aspeto de bazar. Tanta vida

de refeitos corpos, passados: mister
criativo pode ser a arrumação, sóbrio
separador entre a história e a imagem

do arquivo. Podes podar a angústia e
esgalhar rentes sentidos, uma pista:
podes procurar onde foi omitido.




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