Estavas a escrever um tratado do Espavento. O espavento derivava dum sentimento chamado Pávia, segundo julgavas, uma espécie de raiva socializada. Acampava-se, às vezes, viviam vários numa mesma casa, tirados à sorte. Um deles era o velho cortês e folgazão que geria o bar das assembleias populares e não se importava que estivesses sempre a perder o recibo. Infiltrava, aliás, no teu tabuleiro uma tapioca que nem tinhas pago. Gostava que lhe catrapiscasses o filho, o único dos três que vinha visitá-lo, e que fazia BD, linha clara e atoleimada, em 3 D.
Aquilo acabava numa viagem de campo, tu com muita fome, os teus mais próximos exigindo que partilhasses a alheira arrefecida, as murchas batatas fritas, a tapioca que já não havia e tinham substituído por um papo de anjo com cobertura de sucedâneo de chocolate, e eu, que me esquecera do saco-cama, tripartida entre o estômago vazio, o hipotético enrijamento do frio, a resistência a fazer todos voltar atrás.
Aquilo acabava numa viagem de campo, tu com muita fome, os teus mais próximos exigindo que partilhasses a alheira arrefecida, as murchas batatas fritas, a tapioca que já não havia e tinham substituído por um papo de anjo com cobertura de sucedâneo de chocolate, e eu, que me esquecera do saco-cama, tripartida entre o estômago vazio, o hipotético enrijamento do frio, a resistência a fazer todos voltar atrás.
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