Saturday, June 15, 2019

[na cabeça do sonho - passagem pela Índia]

Vamos então à Índia.

Encontramos uma casa entre o vale e o festival de dança, este com bancas aprumadas a lembrar os últimos arraiais. A casa já apareceu antes, mas em piores condições. Tem luzes acesas, mas ainda assim nos parece desabitada. Ocupamos uma cama enorme, somos uma família relativamente numerosa. Dormimos numa espécie de esteira de palha como coberta, para não abrir os lençóis.
No dia seguinte há um homem a cultivar a horta, julgamos ser o dono mas ele não se acusa, parece achar natural estarmos ali, diz coisas plácidas como: arranja-se sempre lugar para mais um. É afável, mas não posso ter por amigo o seu ar boçal.

Já a mulher, parece indiana. Pertence à casa mais à frente. Oferece-se para nos servir um verdadeiro jantar regional. À mesa somos cinco. Ela dispõe vários pratos delicados à vez, fico venerando-a como uma guru, ela traz grandes ensinamentos, tem um nome parecido com Kundalini, um nome preciso que esqueço.

E discutimos muito como retribuir. Se podemos dar-lhes algo de que tenham falta. Acabamos por levantar 200 euros para deixar num envelope. Odeio estes cifrões no poço do inconsciente. A fixação em acertar a fatura não honra a hospitalidade. Ao acordar, estou mesquinha.

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