Monday, June 17, 2019

[na cabeça do sonho - torcidinho]

A minha filha andava com alguém que eu tinha namorado. Sem saber disso, ela estranhava que nós passássemos tanto tempo à conversa, quando eles deviam ir para casa fazer um filho. Ela tinha vinte anos e dizia que só havia mais dez para o assunto, era preciso que eles se despachassem. Os meus protestos que não, que somasse pelo menos o dobro desse tempo, e tanto à sua frente, não adiantavam, só a enervavam.

A amorosidade desalmada, o stress por antecipação (os exames do secundário instauraram o clima do terror), eu gaiteira sem ir para nova, o eufemismo da auto-depreciação, o quanto dilaceram instintos, esta febre de corrida, a sanha de farejar rivais ao ponto de atirar aos nossos.


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