Não é da lua, estou-te a dizer.
São estas flores
a iluminar o quintal.
Detesto-as.
Detesto-as como detesto sexo,
a boca do homem
a selar-me a boca, o corpo
paralisante do homem –
e o grito que sempre escapa,
esse axioma de união
baixo, humilhante –
Na minha cabeça esta noite
ouço a pergunta e a resposta que se segue
fundindo-se num som
que sobe e sobe e depois
se separa nos antigos eus,
bacocos antagonismos. Já vês?
Tomaram-nos por lorpas.
E o cheiro da flor de laranjeira
flutua pela janela.
Como terei repouso?
Como me contentar?
quando ainda há
esse odor no mundo?
Sr.ª Glück, encore!
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