1. Sei e sinto profundamente que aqueles adolescentes não eram adoráveis, mas que também nunca foram adorados. Que a família os desleixou. Que o Estado os abandonou. Aprovo, exijo, que se façam inquéritos às suas instituições e ambientes de acolhimento, que se discuta longamente sobre o que tem de mudar na educação e protecção de menores de risco em Portugal e em toda a parte.
2. Mas a que Estado pertencia Gisberta? Quem era a sua família? Como foi possível ter-se ela mantido um saco de descarga do pior de nós durante tanto tempo sem reacção (e não reagiu?) sem procurar ajuda (e não procurou?), sem ter a quem recorrer (e não teve?). Auto-imolou-se ou simplesmente se deixou escorregar até ao mais fundo de já não ser humana? Quem vai abrir um inquérito sobre as condições de abandono, ostracismo e violência homofóbica ou racial ou social ou o que seja dos tantos como ela, dos que se deixam ficar de borco deitados em cima dos cartões do nosso lixo, à porta das nossas igrejas? E quem vai mudar de passeio e quem vai ser o (seu) próximo? (Lc. 10; 29 – desculpem o mau jeito, mas ou há moralidade cristã ou comem todos)
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