
À atenção do Sr. D e do alfinete, que eu cá não sou antropógina.
ANITA
Branca, franzina, delicada,
tem no olhar a inocência da criança,
que em fofo leitozinho reclinada,
sorrindo sonha, e que a sonhar, descansa.
Mas quando Anita sonha, gentil fada
voa dela ao redor, com asa mansa,
e com pés de cetim sobre a almofada
não faz ruído algum - Quem é? A Esprança.
Mas quando Anita acorda e em redor
ouve só gritos, ais, prantos de dor,
queixoso pranto lhe magoa o olhar.
Cerra de novo as pálpebras mimosas.
Quer ver de novo a Esprança, o Sol, as Rosas.
- fazes bem Dona Anita, é bom sonhar!...
Cascais, Ano trágico de 1914
GOMES LEAL
1 comment:
Amo Gomes Leal!
So para avisar que tens um mail.
Beijinhos
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