Poesia terapêutica ou lá que seja isso —
um dizer após o instante desinsuflado por um truque doloroso?
ou pior depois de outros terem dito
e só depois de fazerem filamento do que sofri?
não se obtêm novidades por poemas — já o disse
William Carlos Williams — quando menos curas
ah os que morrem! por sua falta — hubris — diria
já uns quantos definharam entretanto — meu pai agora
pode perder um olho — o outro chora na névoa
de anterior flagelo — diria que até isso — falta
ou descaso meu (vazio que me fará como vidente)?
eu uso para entornar — petróleo-fuel e carvão —
no verso fóssil — pateta impotente — furor febril
fútil de incesto e de galope — antes que isso
um laboratório da imaginação em nível
com música pueril de esferas para acalmar — tipo
mobile a girar — eu criança projectava
fantasias interditas nas lâmpadas apagadas — tu
vinhas — pai — acendê-las para as dispersar — então
abria os olhos para tuas órbitas austeras — facas bonitas.
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