de Melville a Camões:
Camões (antes)
Camões (antes)
Nervoso, de sossego desejoso,
Devo sem trégua atiçar o fogo,
Sem trégua ardendo, à chama aspirar?
Sim, Deus pede o quanto podes dar;
O mundo esplende todo de beleza
E sonhas novos mundos com conceitos.
Dá caça a esses temas, tua presa;
E atiça, atiça o fogo, em febre,
Até o ouro na forja demonstrar
Que o fogo, quando arde, vem curar
Por ordem do fervor, e incendeia
A grande labareda da epopeia.
A grande labareda da epopeia.
Camões no Hospital (depois)
Que serve, agora, o verso de encomenda?
Armas, troféus, com música enlevados;
O mundo é vil, há nele quem pretenda
Que os altos sejam logo rebaixados.
Foi-se o ardor, teu fogo agora é vão,
Delírio só, desejo pouco são:
O fado rombo a lira te cortou,
A excelsa rima todo te exauriu
E tudo em ti caiu, presa penível
Da manha e do ardil, esses enganos
Que urdem os de limpa consciência,
Ufanos de ser fortes na prudência;
E que na vida correm, campeando,
Crendo em seu favor de a Deus servir.
Crendo em seu favor de a Deus servir.
[traduções e originais alternativos, aqui]
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