Monday, December 21, 2020

De se fazer para que tudo arda


Vi rutilar cada grés do tijolo

burro do amor, vi dilapidar

cada escama ao corpo refletor

e sôfrego de ar, pulsando tolo

 

a puxar fio em vez de afrouxar

o travo, o isco, o peito louco arco (

os pés fincados contra a derrocada

em vez de a coluna se vergar

 

e juntar no chão o ruído sonho)

de muito alto, retesado, logo

atrás do estilhaço do abandono

 

amando o incêndio não cuidamos

de destroncar excessos, terminamos

cada um a seu campo só um fogo

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