Com que doçura erro
Por sagrados ermos,
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E das tetas da loba, ó bondoso espectro,
A água, que estas nativas terras
Comigo atravessa,
, outrora mais feroz,
Amena agora, me sacia, como a frágua;
Da primavera, quando no cálido leito
Dos bosques recorrem estranhas asas
pairando na solidão;
E sobre as palmeiras
Redolentes
Co’as aves do verão
Se juntam as abelhas,
E os teus Alpes,
De Deus apartando
A mundana parte
ergam-se embora
Armados
E alegre lá rumar, sem tempo
Pois ordenado foi,
Tal veloz carro, ou relance de falcão
Ou luta entre feras, o ser marcado
Filho do espírito,
O ser do Ocidente, celeste
Paramento
Existem flores
Que a terra não concebe, que espontâneas
Brotam de mais solto solo,
Ao revés do dia, não
Convém que as colhas,
Pois de ouro se sustentam
Desprevenidas,
Sim, de folhas nuas até
Como os pensamentos,
Friedrich Hölderlin, c. 1804
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